Camuflagem em insetos
Caixa entomológica e texto: Jéssica Martins, Carlos Neves e Júlia Ferla.
Editoração: Douglas da Silva Ferreira, Maisa de Carvalho Gonçalves e Marcela Miranda de Lima
A camuflagem é uma estratégia de defesa que ocorre entre os animais na qual o indivíduo se assemelha com o ambiente em que ele se encontra. Desta forma, um animal que serve como presa pode se disfarçar e evitar a predação. Por outro lado, predadores também podem utilizar desse método para se aproximar e atacar suas presas. Podemos citar como exemplo a ave urutau (Nyctibius sp.) que possui uma plumagem semelhante a troncos de madeira, a fim de evitar seus predadores, ou os leões (Panthera leo), cuja pelagem os mantém camuflados na vegetação de seus habitats naturais permitindo uma aproximação facilitada até a presa.
Em insetos, esse mecanismo está presente e faz parte das estratégias de sobrevivência de muitas espécies. Alguns exemplos são muito conhecidos, como o famoso bicho-pau (Phasmatodea) que se assemelha a galhos. Esse tipo de camuflagem é denominada homotipia, quando o indivíduo apresenta estrutura corporal semelhante ao ambiente. Nesse caso, podemos citar também os bichos-folha e esperanças (Phasmatodea e Orthoptera).
Existe outro tipo de camuflagem, que é chamado de homocromia, ou seja, quando o animal apresenta coloração semelhante ao ambiente. Temos como exemplos clássicos insetos da ordem Lepidoptera (mariposas e borboletas), cujas asas possuem os mais diversos padrões de coloração, ajudando esses insetos a se camuflarem em troncos de madeira, folhas secas, etc.
Os insetos podem nascer com os padrões para a camuflagem já determinados, no entanto, existem ainda aqueles que conseguem modificar estas características de acordo com o ambiente em que se encontram. Além disso, os predadores também fazem uso deste mecanismo para aumentar o seu sucesso de captura das presas. Um exemplo bastante conhecido é o louva-a-deus (Mantodea) que além de se camuflar no meio em que se encontra, ainda se mantém imóvel esperando o momento certo de predar.
É muito importante que lembremos que camuflagem não deve ser confundida com mimetismo. No mimetismo, os indivíduos se assemelham a outros, imitando-os, e assim, obtém alguma vantagem, ao contrário da camuflagem, que utiliza a coloração e estruturas do ambiente para disfarce.
Assim, os insetos são capazes de se camuflar em diferentes ambientes, apresentando variadas formas e cores. Na caixa entomológica, foram representados diferentes ambientes: troncos de árvores, folhas verdes e secas e diferentes tipos de solos. Em cada um deles, foram colocados insetos com colorações e formatos variados, como por exemplo, em troncos de árvores, podemos observar predominantemente mariposas e besouros, assim como em folhas, que vemos mais gafanhotos e percevejos, e em solos, besouros.